
Por conta da crise do Senado e da guerra midiática ao seu redor, um assunto da maior importância quase passa despercebido esta semana em Brasília.Trata-se da reunião ocorrida entre Lula e Alvaro Uribe, na qual foi tratado o acordo entre Colômbia e os EUA para instalação de bases militares no país vizinho.
O Brasil, assim como a Venezuela, o Equador e a Bolívia têm demonstrado a sua divergência na implantação das mesmas e o fato deve ser enfrentado novamente na reunião da UNASUL -União das Nações Sul Americanas- em breve.Lá aguarda-se a presença de Uribe, pois o Chile,Argentina,Uruguai e Paraguai ainda não tem posição firmada sobre o assunto.
A situação merece a atenção da população brasileira, pois na prática, independente do simpático Barack Obama, a viabilização do acordo representa um intensificação do esforço de militarização por parte dos norte;americanos no continente.O acordo prevê a instaçao de sete bases militares na Colômbia tendo duração de dez anos, trará a presença de 1.400 soldados para a região representando um investimento de cinco bilhões de dólares.E bom citar o fato de que está prevista a instalação de bases militares na região de Apiay, na Amazônia colombiana em uma localização que fica somente a 400 quilometros da fronteira com o Brasil.Como vemos, não se trata somente de uma discussão diplomática.Trata-se da presença física da nação com maior poder bélico do planeta, pronta para agir em qualquer situação.
O presidente Uribe e o próprio Obama em declarações esta semana, minimizaram o tema e criticaram o que eles chamam de exagero de Chávez, que critica, com toda a razão, de forma veemente a presença de tropas americanas na América do Sul.Os EUA atualmente contam com cerca de 800 bases militares em todo o mundo.
Apesar das tentativas por parte de Obama de demonstrar que existe uma renovação na politica externa americana, os fatos demonstram que se trata de maquiagem e que acordos como este são uma clara reação dos EUA ao novo ciclo politico vivenciado na América do Sul, cada vez mais integrada e articulada em torno de interesses regionais soberanos.Não vamos nos enganar com o argumento de que as bases seriam para combater o narcotráfico e apoiar fisicamente ações humanitárias.A experiência histórica demonstrou que os EUA não tem boas intenções quando se trata de presença militar, principalmente quando estamos falando de uma região com grandes riquezas em biodiversidade, minérios e outras.
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